Alongamento depois do treino ou antes dele? Entenda quais dúvidas ainda existem por trás da discussão — e por que o mais indicado é esticar o corpo em dias alternados aos exercícios
Que o hábito de alongar traz benefícios, a ciência já tem certeza. Mas a questão que ainda continua na cabeça de muita gente (e até de alguns especialistas!) é se devemos fazer o alongamento depois do treino ou antes dele.
Isso porque alguns estudos defendem que esticar o corpo muito próximo à sessão principal (seja ela uma corrida ou musculação, por exemplo), não previne lesões, e pode até aumentar as chances delas aparecerem, sabia? O profissional de educação física Guilherme Micheski, gerente de departamento técnico da Bio Ritmo, nos ajuda a entender melhor:
Alongamento, flexibilidade e mobilidade
Apesar de parecerem a mesma coisa, os três conceitos são bem diferentes. A flexibilidade é a abertura máxima que uma única articulação consegue atingir quando a forçamos — já experimentou abrir as pernas por completo?
Já a mobilidade representa a amplitude do movimento como um todo: quão baixo conseguimos chegar ao fazer um agachamento, por exemplo. Isso envolve a flexibilidade de mais de uma articulação — tem a do quadril, dos joelhos, dos tornozelos…
De acordo com o profissional, o alongamento melhora as duas características: tanto a nossa flexibilidade quanto a mobilidade. “Porém, como todas as capacidades físicas, precisamos de treinamento específico para isso. Como aulas de pilates ou yoga. E organizar na agenda os dias de alongamento, de cardio e de musculação para que eles possam ser aliados.”
Por que o alongamento depois do treino, ou antes dele, pode atrapalhar?
Porque ele trabalha no sentido oposto da contração da musculatura, afirma Guilherme. “Quando vamos malhar, precisamos preservar as articulações para a realização dos exercícios. Sendo assim, podemos considerar que o alongamento com o objetivo de aumentar a flexibilidade na região alvo do treino não é uma boa estratégia”, ele diz.
Mas isso não quer dizer que o hábito seja ruim, e não deva ser feito. Uma saída, então, é focar em partes do corpo que não foram ou não serão exigidas no dia. Por exemplo: se você for realizar movimentos para os membros inferiores, alongue os superiores, e vice-versa.
Ou então procure uma atividade com o objetivo de relaxamento (e não de flexibilidade). As aulas mais pesadas devem ser reservadas para dias separados. E lembre-se de focar em lugares que sofrem com tensões no dia a dia (como pescoço, ombros e joelhos).